Tuesday 30 August 2011

Xé menino, não fala dos Bantu!

"Nina Rodrigues percebeu pela primeira vez a predominância sudanesa na Bahia, no que foi confirmado por Artur Ramos.

Quanto aos bantos de Angola, tinham uma agricultura mais primitiva, praticada pelas mulheres, enquanto os homens criavam gado. Diferentemente dos iorubas e outros sudaneses, que usavam tecidos de pano, os negros das margens do Zambeze e das elevações de Benguela vestiam-se de cascas de árvores (como o fariam no quilombo de Palmares); mais para o sudoeste, porém, usavam vestimentas de couro, possuindo hábitos de caçadores e armas de ferro."

(Juarez Tadeu de Paula, sacerdote da tradição Iorubá. Ogam e jornalista, formado na PUC. Mestrado na Universidade de São Paulo.)


O autor (negro) no estado de ignorância eufórica e nagocrata, optou por citar falsas ideologias racistas do antropólogo Bahiano Raimundo Nina Rodrigues, rebaixando a cultura da maioria dos negros Brasileiros, Bantu, como semi-primitiva.


Durante uma pequena troca de palavras com um amigo nigeriano sobre os textos que escrevi e postei anterioremente relacionados ao tema Yoruba- nagô e Bantu, as suas palavras penetraram a minha mente.

Depois de lhe ter dito que existe uma doutrina entre os negros da diáspora africana, em que se exalta a cultura Sudanesa denominada de Yoruba –nagô como superior e dominante a cultura Bantu, o mesmo quase que morreu de rir, acrescentando que “este assunto talvez seja muito complicado para eles reconhecerem e debaterem, simplesmente porque ainda estão em princípios de reconciliação para com as suas raizes africanas.”

Bem, concordo de uma certa maneira mas também creio que seja o momento certo para se enfrentar o problema.  Do modo que tenha como abjectivo reconhecer a cultura Bantu, principalmente no Brasil como a cultura de maior influências.

Fala-se mais sobre o Brasil pela simples razão de ser a nação onde se encontra indivíduos que mais exaltam e defendem esse mito.


Estou consciente que o mito pervertido, sem moral e de mau caráter tem raizes no racismo colonial.

“Guiné man good, Congo man bad!” República do Haiti.

Tradução: O homen da Guiné é bom, o homen do Congo é mau.

Guiné man sendo um descendente da África Ocidental, os nagos do novo mundo...Nigeria, Benin, Senegal e mais.
 Congo man sendo o povo Bantu de Angola, Congo e Moçambique.

A frase é raramente usada entre a maioria dos negros Haitianos, mas escuta-se entre a elite intelectual negra.

Em Cuba, entre as religiões de matriz Africana (Santería, Palo Monte, e Abakuá), existem tentativas de exaltar certos aspectos spirituais e faze-los de superiores, mas nunca se tornou um prato predileto de entidades intelectuais como aconteceu entre os AfroBrasileiros.

Foi me chamada a atenção que a maioria dos AfroBrasileiros não seguem tal doutrina.

“Nem se ligam nisto.  Deve ser um grupinho de intelectuais de universidade.

 ...esta gente parece aqueles escravos que puxavam o saco do sinhô.

 ...na verdade, esta ignorancia dos negros brasileiros sobre suas próprias origens reais é dramática, constrangedora até. Hoje em dia repetida de maneira recorrente e acrítica por uma nova geração de estudantes universitários, do mesmo modo envolvida nesta rede de enganos acadêmicos, a história real foi substituida, grosseiarmente por uma versão totalmente 'fake' do que fomos e somos. Lastimável.

Spirito Santo




A foto representa a humiliação de um povo orgulhoso e a alimentação do racismo colonial.

Para o branco racista, quem mais se parecia com ele era considerado o mais inteligente, o mais agradável e simpático. Sarcasticamente, pode-se dizer que tratava todos africanos como cachorros mas certos grupos eram mais acariciados.
Isso fez com que vários africanos e seus descendentes criassem uma tradição de desvalorização as suas proprias culturas.

Para finalizar foi introduzido a miscigenagem.

As pessoas conscientes deste fato (bantu -nago), e que desconsideram como uma fabricação dos brancos ou simplesmente rejeitam a sua existência evitando debater sobre o caso, devem ser considerados como fuba do mesmo saco.

“O Brasil é uma extensão de alguns reinos de África, grande maioria na região de Benin e Nigéria. E, segundo V. Zamparoni docente nos mestrado de Estudos Étnicos e Africanos na UFBA...”

Poupei o embaraço, o autor diz ser apenas uma estudante.

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