Tuesday 30 August 2011

Kumina, o coração Bantu da Jamaica!



Rastaman, não pare de viver!
Bongoman, não desista!
Congoman, não pare de viver, yeah!
Homem-Binghi, não desista!
Mantenha a sua cultura:
Não tenha medo do Urubu (abutre)!
Cresce os seus dreadlocks:
Não tenha medo da matilha dos lobos!
                                             (Bob Marley)


Nas suas canções de redenção, resistência e inspiração, o rei Bob Marley nunca deixou de homenagear o seu espirito de guerreiro e demonstrar humildade perante a sua herança Bantu.

Realmente as estatísticas não negam, os primeiros africanos levados para a ilha da Jamaica teriam sido arrancados das suas tenras infâncias...o berço Congo-Angola.


E com o mesmo suor, foram-se contruindo os primeiros quilombolas...Maroons.  Descendentes de escravos fugidos que fundaram comunidades livres no interior montanhoso da Jamaica durante a longa era da escravatura na ilha.

A Kumina e’ ancestralidade! E como as suas irmãs Burru, Tambo, Kongo e Odeah... e’ o encanto de dança, musicalidade e espiritualidade.

Abrem-se os canais de comunicação com os ancestrais, fazem-se ecoar os tambores, para que os antepassados partilhem a sua sabedoria, prestem assistência espiritual e aconselhamento aos seus filhos e filhas que estão aqui na Terra.


Como uma das raizes do surgimento do Rastafarianismo, uma doutrina socio-religiosa e estilo de vida, a Kumina tornou-se incorporada na forma de música chamada Rastafari Nyabinghi.

 Hoje, o termo "Kumina Riddim" refere-se a um dos ritmos musicais usados no Reggae.

Os seus adeptos acreditam que todo o poder dado aos antepassados e mais tarde revelado ao mundo dos vivos através de posse, é feito com a sanção e aprovação do "Rei  Zaambi" ou "Nzambi Mpungu" – O Deus Todo-Poderoso.


    A Rainha do Kumina
"Queenie" Imogene Kennedy nasceu no final de 1920, criada pela sua mãe e avó. A sua avó era uma Africana e foi através dela que Queenie tornou-se consciente da sua ascendência e cultura Africana.

A rainha do Kumina conta que um dia, enquanto buscava cocos em um barranco, os espíritos levaram-la para uma grande árvore de algodão oca, (Em África e nas diásporas das Índias Ocidentais, a árvore de algodão é vista como uma casa tradicional de espíritos).

Ela passou 3 semanas sem água ou comida, comunicando com os espíritos dos seus ancestrais que lhe ensinaram as orações e canções na língua Africana Kikongo.

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